Você é amante dos gatinhos? Criar esse bichinho pode fazer despertar à vida materna e paterna, no sentido do cuidado e do carinho, em seus donos. Para muitos, eles são como filhos, ocupando espaços únicos na vida de quem os ama. Por outro lado, existem aqueles que maltratam e os abandonam à mercê da sorte, sem nenhum amparo. Para falar sobre o mundo dos felinos recebemos no Programa “Fala Mulher” Viviane Souto, presidenta da Organização Não Governamental (ONG) “SOS Gatinhos do Parque”.
A “SOS Gatinho ao Parque” nasceu no ano de 2022, sendo derivada de um grupo de senhoras protetoras que, há mais de 20 anos, cuidavam, com os próprios recursos, de cerca de 350 gatos do Parque Municipal Américo Renné Giannetti ,em Belo Horizonte/MG, mais conhecido como Parque Municipal.
Devido à Pandemia da Covid-19, as integrantes do grupo, que já estavam idosas, buscaram novos voluntários para a causa. A demanda aumentou exponencialmente no período da crise sanitária e foi quando vários desses animais começaram a surgir mortos.
Passado o período de sufoco, Viviane conta que hoje a ONG está avançando, e já possui parceira com a Zoonose - órgão da Prefeitura de Belo Horizonte - que está castrando e vacinando todos os animais do local. “Antes não era permitida a nossa ajuda, mas, depois de tanta insistência nós começamos a fazer um trabalho em conjunto.”
Assim como várias ONG’s no Brasil, a “SOS Gatinhos do Parque” sofre com a falta de recursos financeiros, vivendo, exclusivamente, com recursos advindos pelas doações. A ONG recebe não apenas dinheiro, mas também doações de rações, medicamentos e de ajuda voluntária. Além disso, eles mantêm campanhas vitalícias para oferecerem lares temporários para os gatinhos e para tratamentos veterinários particulares.
Hospital público veterinário
A presidenta da “SOS Gatinhos do Parque” conta que já teve o suporte oferecido pela instituição pública em um caso específico em que o animal precisava de atendimento urgente. Ela destaca que, mesmo já tendo sido distribuídas as 45 senhas diárias do local, os funcionários do hospital prestaram apoio e o atendimento necessário ao animal, que estava entre a vida e a morte.
Abandono e política pública
Segundo Viviane, os abandonos tiveram um salto alarmante do período da Pandemia para cá. Ela explica que as pessoas adotaram mais no período de 2020, mas que hoje a taxa de abandono voltou a aumentar.
Viviane Souto conta em primeira mão que compõe o Comitê de Trabalho Contra a Esporotricose em Gatos – coletivo que unirá vários profissionais de saúde e universitários para estudar a cura da doença - e explica como é associada a doença aos felinos. “A Esporotricose é causada por um fungo que está na terra contaminada. Ela nunca foi uma doença dos gatos. Qualquer ser vivo que tenha contato direito com esse local contaminado tem chance de se contaminar com o fungo. Os casos acabam sendo mais propícios em gatos por eles terem a temperatura mais elevada, o que facilita a proliferação do fungo”, explica.
A doença, quando acometida no gato, desenvolve feridas na pele que a corroem, podendo chegar próximo as vias áreas e, em casos muitos graves, aos órgãos internos do animal. No ser humano são comuns feridas que caminham pelos linfonodos.
Por fim, Viviane enfatiza que “animal não é objeto” e pede para que as pessoas se conscientizem sobre o cuidado e o amparo para resguardar a vida dos animais. “A gente precisa mudar o olho sobre o animal. O jeito do gato demonstrar o seu amor é diferente dos outros animais e não deve ser comparado. A presença deles transmutam a energia”, finaliza.
Para conhecer mais sobre a ONG, acesse o perfil do Instagram: @sosgatinhosdoparque.
Ouça:https://www.youtube.com/watch?v=CwzhIfl5OmA
Produção, gravação e edição: Studio321