Dias após o temporal que atingiu Belo Horizonte e causou estragos pela cidade, cerca de mil imóveis permanecem sem energia. De acordo com a Cemig, a maior parte dos clientes afetados estão nas regionais da Pampulha e de Venda Nova.
A região da Pampulha foi uma das mais afetadas pelo temporal registrado na madrugada do último sábado (13/12). De acordo com a Defesa Civil de BH, a área registrou um dos maiores volumes de chuva da capital, com 47,4 milímetros, ficando atrás apenas das regionais Oeste, com 48,4 mm, e Centro-Sul, com 48 mm.
Morador do bairro Santa Amélia, o fotógrafo Igor Ribeiro narra que sofre com a falta de luz há cerca de 40 horas. “Por volta de meia-noite, de sexta para sábado, a energia lá em casa acabou. No bairro foi cena de guerra, uma catástrofe. Árvore em cima de carro, em cima de escola, de casa. Placa de sinalização voou”, lembra.
Desde então, ele e a família precisaram se adaptar para viver sem fornecimento de energia. “Tudo o que tinha na geladeira, na parte de baixo e do congelador, estragou. Tivemos que jogar fora porque já estava cheirando mal. Banho ou a gente toma frio ou precisa esquentar a água antes no fogão”, conta.
Com duas filhas pequenas, Igor e a esposa precisaram deixar as crianças na casa de familiares: “Tive que mandar as meninas para a casa da minha sogra, porque como a região é muito escura, a mais nova fica com medo”.
“Falta um retorno da Cemig e da Prefeitura e eles só dizem que estão trabalhando, deixam no ar, mas não tem uma previsão. E quando passaram uma previsão, ela não foi cumprida. Então, isso deixa a gente chateado, revoltado e bravo com o serviço”, reclama.
Em nota, a Cemig informou que equipes da empresa continuam na rua para restabelecer o serviço. “Hoje estão sendo terminados os serviços mais pesados e complexos. A previsão é que 100% dos clientes afetados tenham o serviço restabelecido até o fim da tarde de hoje”, informou.
Chuva causa estragos na Pampulha
Entre sexta e sábado, a Defesa Civil foi chamada para atender dezenas de ocorrências ligadas às chuvas. “A maior parte dos acionamentos esteve relacionada a vistorias em imóveis particulares, com maior concentração de atendimentos nas regionais Pampulha e Venda Nova”, diz a Defesa Civil em nota.
Moradores sem energia e atividades paralisadas
A Cemig confirmou que bairros das regiões, Pampulha, Venda Nova e Norte da capital estão entre os mais afetados pela falta de energia. Os bairros Santa Amélia, Santa Mônica e Santa Branca concentram a maioria dos chamados.
“Devido à intensidade da chuva e do vento, de até 60 km/h, e de quase 400 descargas atmosféricas, foram registradas muitas quedas de árvores e objetos lançados em direção à rede elétrica, como partes de telhados e galhos, que provocaram quebra de postes, curtos-circuitos e rompimentos de cabos”, informou a companhia.
“Imediatamente após o início das ocorrências, equipes da companhia iniciaram os trabalhos para o restabelecimento e, neste momento, a empresa atua com reforço máximo de equipes, com centenas de profissionais atuando nos reparos”, completa. A previsão é de que o serviço seja restabelecido ao longo do dia.
Entre os estabelecimentos impactados pela falta de luz está a ONG Arca de Noé, especializada em resgate e atendimento e encaminhamento de animais para adoção. Nas redes sociais, a organização sem fins lucrativos localizada no Santa Amélia publicou sobre a situação no local: clínica alagada, portão danificado, cercas arrancadas e mantimentos perdidos.
Outra instituição que precisou paralisar as atividades no sábado foi o Iate Tênis Clube, que fica na avenida Otacílio Negrão de Lima. Segundo a organização do espaço, a chuva danificou estruturas que devem passar por reparos ao longo do dia.
Fonte: Com informações do BHZ
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