A luta insaciável por justiça e reparação ao povo negro
Publicado em 18/11/2025 10:13
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AG/EficazPress

O podcast “Fala Mulher” dessa semana recebe Rita Galvão para tratar de um assunto muito relevante: a luta insaciável por justiça e reparação histórica ao povo negro do Brasil. Como mulher preta, periférica e em busca constante de realização, Rita tem dado a volta por cima e alcançado o sucesso almejado.

 Vinda de uma origem simples, Rita de Cássia Galvão, 43 anos, nascida e criada na Vila dos Marmiteiros, em Belo Horizonte/MG, é a do meio de seis filhos por parte de pai e de três filhas por parte de mãe. Hoje, advogada e preside a Comissão Estadual da Verdade Sobre a Escravidão Negra no Brasil e une força, resistência e um olhar crítico para defender os que mais precisam.

 Sua infância, marcada pelo amor e pela dor, foi palco para que surgissem os primeiros sinais que a levassem à militância social. Seu pai era líder comunitário e sua mãe, Maria Aparecida, costureira e ambos incentivavam que a menina fosse independente desde pequena.

Embora tivesse uma relação fraterna com seu pai, a advogada conta que a primeira violência contra ela fora praticada por ele. Isso porque, ele decidiu registrá-la como Rita de Cássia em razão de ser devoto de Santa Rita, violando a escolha de sua mãe, que já tinha decidido chamá-la de Bruniela Ingrid. Rita aprendeu a gosta de seu nome, mas revela que se tratou de uma “violência de uma sociedade patriarcal.”

A presidenta da Comissão Estadual da Verdade Sobre a Escravidão Negra no Brasil conta que sua relação com a comunidade foi importante para se desenvolver enquanto líder. Aos 17 anos, participou do processo seletivo para ser agente comunitária de saúde, no qual passou e exerceu, por um período, o papel de auxiliar os moradores da comunidade onde morava.

À época, seu pai acabou não sendo a favor por acreditar que Rita devesse trabalhar para si mesma. Foi quando ele abriu um depósito e colocou-a para trabalhar. Lá, ela mais uma vez foi incentivada a desenvolver o seu papel de liderança e o de colocar a sua voz à escuta de todos.

A advogada também revela que sempre teve o desejo ardente de se tornar advogada para lutar contra às injustiças que sua mãe sofria no matrimônio, como a violência doméstica. Mas isso só aconteceu de fato quando passou num processo seletivo para o Conselho Tutelar. Lá, esteve por 4 mandatos e teve condições de arcar com os custos da faculdade direito.

Infelizmente, seu pai foi assassinado enquanto ainda estava no primeiro período da faculdade. Hoje, anos depois, Rita de Cássia se tornou especialista em direitos humanos das crianças e adolescentes e atua contra a violência doméstica, proteção às mulheres, estatuto da igualdade racial e no direito penal.

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