O fundador da revista CartaCapital, o jornalista Mino Carta faleceu na manhã desta terça-feira (2/9), em São Paulo, onde lutava contra problemas de saúde.
A trajetória de Mino se entrelaça com a própria história do jornalismo brasileiro. Ele é o responsável pela criação de algumas das mais influentes revistas do país e que marcaram épocas, como a "Quatro Rodas", "Veja", "IstoÉ" e a mais recente "CartaCapital".
Nascido em Gênova, na Itália, em uma família de jornalistas perseguidos pelo fascismo, Mino chegou ao Brasil após a Segunda Guerra Mundial, onde descobriu, por acaso, sua vocação para a escrita que começou na adolescência e nunca mais parou. Ele via no ofício uma forma de interpretar o país, mantendo um olhar atento às contradições, ao poder e a firme desconfiança das elites.
Com sua Olivetti - máquina de escrever - sempre à mão, o comunicador recusou modismos tecnológicos e nunca escondeu um certo desencanto com os rumos do Brasil. Além disso, nunca se distanciou da ideia de que o jornalismo deveria servir à verdade, à fiscalização, ao poder e ao desafio do pensamento único.
Com um talento ímpar para o jornalismo, até seu maior fracasso, o jornal da República, de 1979, em meio à abertura política, é visto como marco da imprensa nacional. Ao longo da carreira enfrentou embates com a ditadura militar, especialmente quando a Veja publicou denúncias de tortura, o que resultou em censura e pressões.
Além da carreira editorial, Carta se dedicou à literatura, com romances como Castelo de Âmbar (2000), A Sombra do Silêncio (2003) e A Vida de Mat (2016), que misturam memórias pessoais e reflexões filosóficas.
Fonte: Com informações do G1 e Agência Brasil
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