O Fala Mulher abre espaço para uma conversa cheia de significado e ancestralidade. Nesta edição, a jornalista Vera Lima Bolognini recebe Mãe Adriane dos Santos Silva Quintão, dirigente do Terreiro de Umbanda Pai Guiné de Aruanda e diretora do Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-Brasileira (CENARAB).
Em uma prosa repleta de axé, Mãe Adriane fala sobre os Orixás que abrem caminhos e orientam os destinos; sobre entidades como Exu e Pomba-Gira, presentes no imaginário popular e no cotidiano dos filhos e filhas das religiões de matrizes africanas; e sobre a intolerância religiosa, que ainda ameaça e fere a manifestação da fé em religiões tidas como não tradicionais.
Para ela, a falta de conhecimento é a principal causa dessa intolerância. Com a sabedoria de quem honra seus ancestrais, Mãe Adriane compartilha detalhes dos ritos diários de um terreiro e destaca a força simbólica e espiritual dos tambores, instrumentos centrais na Umbanda:
“Nossos tambores incomodam, pois num terreiro alimenta-se rezando; os Orixás cantam rezando com nossos tambores. O canto é um alívio para a dor. Toca-se para Exu e Pomba-Gira porque o toque dos tambores traz nossos encantados, e eles são os que nos acolhem em todos os sentidos.”
Por fim, Mãe Adriane reafirma a resistência de sua fé: “Não calarão nossos tambores!”
Uma conversa vibrante, cheia de energia e conhecimento ancestral, que nos convida à reflexão, quebra de paradigmas e que desperta a curiosidade até dos mais céticos.
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