Por que câncer colorretal, que matou Preta Gil, cresce 'assustadoramente' em pessoas de até 50 anos?
Por Administrador
Publicado em 22/07/2025 09:00
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No dia 20/07/2025, Preta Gil, cantora, apresentadora e empresária morreu aos 50 anos em decorrência de complicações causadas pelo câncer colorretal. No caso de Preta, o câncer foi descoberto no ano de 2023, quando ela estava com 48 anos.

A doença que tem crescido assustadoramente no Brasil e no mundo, tem ganhado uma série de termos como assustador, preocupante, problema global, entre os médicos de uma entrevista citada pela BBC News Brasil para descrever o avanço da doença em pacientes considerados Jovens, com menos de 50 anos.

Tipo de câncer que afeta o intestino grosso (o cólon) e o reto, está entre os que mais impactam na saúde e qualidade de vida dos pacientes afetados. Nas últimas décadas, vem sendo notado um estranho aumento nas taxas de surgimento desse tumor entre indivíduos com menos de 50 anos, enquanto na população mais velha, onde é mais comum o surgimento, as taxas se mantiveram estáveis.

Comparando-se os números atuais com as taxas de 30 anos atrás, alguns trabalhos apontam crescimento de 70% na incidência de câncer colorretal em pacientes jovens, aponta estudo do oncologista clínico Paulo Hoff, presidente da Oncologia D’Or.

A diferença assustadora nas estatísticas já provocou mudanças na saúde pública: os Estados Unidos, um dos primeiros países a detectar o aumento, já houve mudança na idade mínima para a realização de exames preventivos que detectam o tumor precocemente de 50 para 45 anos de idade.

O Brasil também já aponta um crescimento de casos de câncer colorretal, porém em todas as faixas etárias. Conforme dados divulgados pela BBC News Brasil em consulta ao Instituto Nacional do Câncer (INCA) para descobrir se acontece no país um cenário parecido, em resposta, a epidemiologista Marianna Cancela, pesquisadora titular da Vigilância e Análise de Situação da Coordenação de Prevenção e Vigilância (Conprev) do Inca, analisou taxas ente 2000 e 2017, onde fica constatado um aumento geral de casos, entre homens de 20 a 49 anos e em mulheres mais jovens, mas ela ainda não é significativa do ponto de vista estatístico.

Mas afinal, por que esse aumento de casos da doença?

Algumas teorias dão conta do porquê esses tumores colorretais estão subindo tanto entre jovens chamando atenção dos especialistas no mundo todo, porém sem confirmação. A primeira delas está relacionada com o modo de vida, mudado drasticamente, nos últimos tempos. Onde saímos de uma civilização agrária, para uma sociedade predominantemente urbana, alterando vários aspectos da vida, como dietas baseadas em produtos ultraprocessados e menor presença de alimentos naturais, além do sedentarismo.

Outro fator, pode ser o sobrepeso e a obesidade, que estão relacionados ao tumor, os quilos extras são um problema que afeta cada vez mais pessoas.

Além de aspectos que envolvem o estilo de vida, o uso indiscriminado de antibióticos, seja de forma direta ou indireto através da produção agropecuária, em ave sou bovino.

A boa notícia é que apesar da preocupação com o crescimento dos casos, o prognóstico do câncer colorretal tem sido cada vez mais eficiente. Graças aos avanços nas técnicas cirúrgicas, que são a primeira escolha de tratamento. Outra opção foram o lançamento de remédios que ajudam a lidar com a enfermidade nos quadros mais avançados, drogas que pertencem à classe dos quimioterápicos e dos imunoterápicos.

Detectado precocemente, as chances de cura ultrapassam 95%. Em casos mais graves, quando a doença já espalhou para outras partes do corpo (a metástase), a taxa diminui, porém já é consideravelmente melhor do havia nas últimas décadas, chegando numa expectativa de vida até quatro vezes mais alta do que há 20 anos.

O oncologista Samuel Aguiar Jr., líder do Centro de Referência de Tumores Colorretais do A.C. Camargo Câncer Center, em São Paulo, recomenda atenção ao sistema intestinal independente da idade e que o exame de sangue nas fezes ainda é uma medida eficiente de cuidado.

Fonte: Caderno Saúde- G1

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