Violência de gênero em números: mais de 154 mil mulheres sofreram agressões em 2024
Publicado em 05/12/2025 11:54
Denúncia
Divulgação

O Dossiê Mulher 2025 revela um cenário alarmante da violência de gênero no Brasil. Somando todas as modalidades de agressão, mais de 154 mil mulheres foram vítimas em 2024 — o equivalente a 421 por dia, ou 18 por hora. A violência psicológica se mantém como o crime mais frequente, com 153 registros diários e mais de 56 mil denúncias ao longo do ano, indicando como as agressões não físicas continuam profundamente enraizadas na realidade feminina.

 

A violência sexual também apresenta números graves: 8.339 registros de crimes como estupro, importunação e violação sexual. Desse total, cerca de 5 mil foram estupros, sendo 3.430 classificados como estupro de vulnerável — quando a vítima é uma menina menor de 14 anos ou uma mulher sem condições de consentir. O levantamento indica ainda que mais da metade das vítimas tinha menos de 11 anos, revelando um padrão de violência que atinge profundamente a infância. A sobreposição entre violência doméstica e sexual também é evidente: 653 meninas foram violentadas pelo pai ou padrasto, e outras 565 por algum familiar próximo.

 

O cenário no Rio de Janeiro

 

A situação no estado do Rio de Janeiro revela uma face ainda mais dura da violência letal contra mulheres. Em 2024, o estado registrou 107 feminicídios, segundo a 20ª edição do Dossiê Mulher, elaborado pelo Instituto de Segurança Pública (ISP). Mais de 60% das vítimas (60 mulheres) foram mortas pelo companheiro ou ex-companheiro, reforçando a centralidade das relações afetivas no ciclo da violência. Outros 15 casos tiveram como autores familiares próximos, e pelo menos 69 mulheres foram assassinadas na própria casa, ambiente que deveria oferecer proteção, mas que se converte no espaço mais perigoso para muitas.

 

O número de feminicídios no estado aumentou em relação ao ano anterior, quando foram registradas 99 mortes. Em 2024, esses crimes representaram 76% de todos os assassinatos de mulheres, que somaram 141 no período. As tentativas de feminicídio também chamam atenção: foram 382 registros, e em 79% dos casos, o agressor foi o companheiro ou ex-companheiro.

 

O perfil das vítimas ajuda a dimensionar o impacto social da violência: das 107 mulheres assassinadas, 71 eram mães, 33 tinham filhos menores de idade, e 13 foram mortas na presença dos filhos. A maioria tinha entre 30 e 59 anos, e 71% eram mulheres negras, revelando como o recorte racial agrava a vulnerabilidade e a letalidade da violência de gênero no estado.

 

Mulheres na rua pela vida

Em função dessa onda de violência contra as mulheres em todo país mobilizações estão marcadas para este fim de semana. Coletivos femininos e movimentos sociais convocam a população, em especial os homens, a encararem de frente essa epidemia de violência.

O movimento “Mulheres Vivas” pretende mobilizar o país inteiro em defesa do direito de viver das mulheres e principalmente convocar os homens a tomarem seu papel nessa luta.

 

Confira as capitais e os locais de concentração da marcha a seguir:

 

Belo Horizonte (MG): 7/12, 11h — Praça Raul Soares

São Paulo (SP): 7/12, 14h — vão do Masp

Rio de Janeiro (RJ): 7/12, 12h — Posto 5, Copacabana

Curitiba (PR): 7/12, 10h — Praça João Cândido, Largo da Ordem

Cuiabá (MT): 6/12, 14h — Praça Santos Dumond

Campo Grande (MS): 7/12, 13h — em frente ao Aquário do Pantanal

Manaus (AM): 7/12, 17h — Largo São Sebastião

Parnaíba (PI): 7/12, 16h — em frente ao Parnaíba Shopping

 

*Fonte: Com informações da Agência Brasil

Assine a Newsletter da Rádio das Gerias e fique por dentro de tudo que acontece no Brasil e no mundo!

Comentários
Comentário enviado com sucesso!