Às vésperas da COP30 na Amazônia: MAB e MAR realizam IV Encontro Internacional que culmina na Cúpula dos Povos na COP30

Publicado em 07/11/2025 10:13 • Atualizado 12/11/2025 10:04

ANA MATHIS

De 7 a 12 de novembro, o IV Encontro Internacional de Atingidos por Barragens e Crise Climática reúne delegações de diversos continentes para construir uma estratégia global de resistência, denunciar o racismo ambiental e exigir um Projeto Energético Popular.

BELÉM, PA – A capital paraense torna-se o palco da resistência global contra a exploração de rios e territórios com a chegada do IV Encontro Internacional das Comunidades Atingidas por Barragens e Crise Climática, organizado pelo Movimiento de Afectados por Represas (MAR) e o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) no Brasil.

O Encontro mobiliza ativistas e comunidades de diversos países para debater a crise energética e a violação sistemática de direitos humanos, servindo como uma das maiores atividades antecedendo a Cúpula dos Povos, que se inicia imediatamente após, no dia 12.

A Construção de um Gigante Internacional

O foco do IV Encontro Internacional é fortalecer a luta contra o modelo capitalista de energia e o racismo ambiental que atinge principalmente populações negras, indígenas e tradicionais. O objetivo central é consolidar o Movimento Internacional de Atingidos por Barragens e Crise Climática .

A coordenação do MAB/MAR reforça a expectativa de que o Encontro saia de Belém com decisões estratégicas de longo prazo.

“Temos uma expectativa de sairmos desse Quarto Encontro Internacional com a convicção na construção de um movimento internacional de atingidos por barragens e crise climática. Depois, um processo de reposicionamento, de nacionalização de todas as organizações, de todos os países com uma estratégia comum em nível internacional,” afirma Soniamara Maranho, da coordenação nacional do MAB e do Movimiento de Afectados por Represas en América Latina (MAR) .

A crítica se aprofunda no debate sobre o futuro energético global:

"É inegável que a crise climática hoje é mais sentida por comunidades em todos os territórios. Os governos já não a podem negar. As soluções que vêm sendo plantadas ao redor da COP 30 são falsas soluções ou soluções que não estão à altura das crises ou das afetações que se tem nos territórios. O discurso da transição energética que se promove como uma solução estrutural, na realidade, somente advoga por mudar a maneira de gerar a energia, mas não transformar de fundo o modelo energético, o sistema energético e a sociedade,” pontua Juan Pablo, Membro da Comissão Política e Pedagógica do Movimento Colombiano Rios Vivos.

A articulação busca interferir na lógica do capital, construir uma sociedade alternativa e que se aproprie da construção de um Projeto Energético Popular em todos os continentes.

PROGRAMAÇÃO - IV ENCONTRO INTERNACIONAL

A programação do Encontro é intensa, com foco na formação política e na articulação territorial:

6/11/25 - QUINTA-FEIRA

Chegada delegações

7/11/25 - SEXTA-FEIRA

10h - Abertura com organicidade e boas vindas

15h - História dos Encontros Internacionais e a construção do MAR

Mesa oficial de Abertura com pronunciamentos e saudações

20h- Atividade de solidariedade internacionalista

8/11/25 - SÁBADO

9h - Analise da Conjuntura Internacional

14h30 - Análise de conjuntura dos Continentes (América, Africa, Asia e Europa)