Mais de 20 representantes de organizações que integram a Cúpula dos Povos Rumo à COP30 receberam na tarde desta terça-feira, 4/11/25, o Ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Guilherme Boulos. Na pauta, o apoio para garantir a segurança e a circulação dos participantes que hoje mostram a força da mobilização popular ao articularem um processo internacionalista com mais de 1,3 mil movimentos e organizações da sociedade civil.

Membro da Comissão Política e coordenadora da Rede de Trabalho Amazônico (GTA), Sila Apurinã apontou a Cúpula como fundamental para o debate sobre o clima. Entendida como um processo, a articulação feita ao longo do ano tem feito com que o debate em torno das questões climáticas seja ainda mais internalizado pelos movimentos. 

Durante a reunião, Boulos foi atualizado sobre o processo de construção da Cúpula dos Povos. Membro da Comissão Política da Cúpula e coordenadora do Núcleo Políticas e alternativas da Ong FASE, Maureen Santos, destacou que a Cúpula conquistou um espaço importante de articulação popular autônoma para fazer frente às decisões das Conferências do Clima.

Ela destacou que a Cúpula quer deixar um legado para o Brasil e para o mundo. “Não só um legado de mobilizações populares, mas para a política pública que os movimentos da sociedade civil acreditam”, disse ao citar como exemplo a Cozinha Solidária e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) que serviram de modelo e de suporte à alimentação de cerca de 10 mil participantes de delegações.

O PAA é uma política pública que visa promover o acesso das pessoas à alimentação e incentivar a produção da Agricultura Familiar. Com o suporte dado à alimentação da Cúpula, a expectativa é que este seja “o maior PAA que já teve na história do Brasil”.

Ao final, Boulos afirmou que “A Cúpula dos Povos é imprescindível pra que essa COP 30 aqui em Belém seja uma COP com participação popular, com a voz das ruas, com a voz do povo. Tem o papel que é da Cúpula dos Líderes, dos chefes de Estado, que é essencial e a gente vai trabalhar e lutar com o presidente Lula pra que saiam com resoluções mais avançadas até que o Acordo de Paris. Agora tem um papel que é a sociedade, a voz das ruas e a Cúpula dos Povos vai ser decisiva pra isso”.

Intermediação – Durante a reunião, as lideranças também indicaram a importância do recém-empossado ministro, que tem suas bases nos movimentos sociais intermediar a garantia de segurança e transporte urbano para os participantes da Cúpula.

Em relação à segurança, o coordenador-geral da Terra de Direitos e membro da Comissão Política da Cúpula, Darci Frigo, apontou a preocupação das organizações a respeito do emprego das Forças Armadas para atuar na Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em cidades do Pará, durante a Conferência das Partes sobre Mudança do Clima (COP30) e Cúpula de Líderes.

“O que queremos são os nomes focais de todas as forças de segurança pública, estadual e federal, para conversarmos no sentido de que seja garantido o direito das manifestações dos movimentos sociais. Porém, queremos que, na reunião que será realizada com eles, as forças civis estejam nessa coordenação”, explicou Frigo, observando que “garantir os direitos às manifestações é fundamental”. 

Diante das demandas apresentadas, o ministro Boulos afirmou que “vai fazer tudo para que nos próximos dias se garanta uma solução para esses pequenos problemas porque a orientação expressa do presidente Lula é o respeito e garantia de todos os direitos dos movimentos sociais”. 

“Ele (Lula) assegurou pra mim que o trato com a Cúpula, com a Aldeia COP, com o conjunto dos movimentos sociais que vão atuar aqui será feito pela Secretaria Geral da Presidência da República, de maneira civil, direta, com diálogo. É logico que as forças de segurança vão está porque é evento Internacional, mas vamos estar em diálogo direto nesse processo.”

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